quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Garimpando #3 - A era de ouro dos games: A guerra dos 16 bits.

Fala aí galera, tudo bem com vocês? Comigo melhor agora!

Depois de uma semana de hiato sem posts do gordo Jeff aqui (peço humildemente perdão pelo vacilo, já que o Garimpando e o Esportebilidade ficaram um pouco pra trás com a minha demora), hora de mais um GARIMPANDO!

E hoje, o tema tratado é da batalha mais ÉPICA do mundo dos games. Os dois melhores videogames já criados, as maiores jogadas de marketing, as maiores reviravoltas, a criação de dezenas de franquias famosas e a expansão de outras tantas. A melhor época dos games, a era digital dos 16 Bits!

De um lado, o famigerado Super Nintendo, da Nintendo. Do outro, o robusto e magnífico Mega Drive (Genesis), da SEGA.

Pegue seu café e fique bem confortável na cadeira, e viaje no tempo conosco, de volta a era Bill Clinton, os anos 90!
















COMO TUDO COMEÇOU?

É chegado o fim dos anos 80. SEGA e Nintendo estão se degladiando feito doentes pela batalha dos games 8 Bits, rivalizados pelo NES, da Nintendo, e pelo Master System, da SEGA.

A Nintendo tinha seu carro fortíssimo (um tanque de guerra, na realidade), que era o NES. Sucesso de venda absoluto, games marcantes, jogos incríveis, ou seja, toda uma receita para dar uma lavada na cara da extrema concorrente, SEGA, com seu Master System também muito bom, porém não com a mesma pegada extrema do NES. A surra, ficou contabilizada pelas vendas: O Master System vendeu 13 Milhões de unidades, enquanto o NES estourava com 60 FUCKING MILHÕES de unidades vendidas, ou seja, quase o sextuplo de vendas do concorrente. 

O NES, ou "Nintendinho" como chamamos no Brasil (o que nunca deveria ser chamado no diminutivo, já que o NES parecia um trambolho gigante e quadrado), já tinha entrado pra posteridade. A SEGA, vendo que tinha a possibilidade de desbancar a Nintendo, viu a necessidade de criar um novo console, uma nova tecnologia, uma nova qualidade gráfica e sonora. Eis que veio todo um trabalho, até o lançamento oficial do novo console da SEGA: O SEGA Genesis, ou apenas Mega Drive, para todos nós Brasileiros e fora do ocidente. 

NO CORNER ESQUERDO, PESANDO 1,5KG APROXIMADAMENTE: O MEGA DRIVE!


O Mega Drive foi lançado no dia 29 de outubro de 1988, trazendo junto com ele toda uma nova realidade dos games. 

Gráficos limpos, novos, uma qualidade sonora. A SEGA sabia muito bem o que fazer para tentar superar qualquer outro adversário vindo da Nintendo. O Mega Drive tinha consigo toda uma tecnologia revolucionária dos 16 bits, abrindo as portas para toda uma nova geração dos games. A SEGA ainda trazia sua maior arma até hoje: O mascote, o carro chefe oficial da SEGA até hoje, Sonic, o nosso amado ouriço azul (que foi tema do último Garimpando, se quiser, dê uma olhada: http://www.umanaonerdqualquer.com.br/2014/08/garimpando-2-o-ourico-mais-epico-dos.html)

Claro que o lançamento foi estrondoso. A SEGA explodiu de vendas de um dia pro outro, chegando até a dar sold-out em unidades fabricadas. A Nintendo, que na época era a empresa de games mais bem preparada do mercado, percebeu todo o alvoroço pra cima do novo console da concorrente.

Hora da Nintendo por as mãos na massa. Rezam lendas de que a própria Nintendo comprou mais de 100 unidades do Mega Drive para entender e compreender todo o console e montar seu concorrente.

A Nintendo aguardou, esperou, calculou e trabalhou pesado, diante de tentar ter todos os requisitos máximos acima da SEGA, olhando os prováveis defeitos do Mega Drive.

E assim, no dia 21 de Novembro de 1990, ela lança para o mundo, o Super Nintendo, dois anos após o lançamento do Mega Drive.

NO CORNER DIREITO, PESANDO 2,0KG, O SUPER NINTENDO!
Eis que o melhor console já criado (na opinião do redator aqui), chegava ao mercado.

A Nintendo dava a sua jogada de MESTRE pra cima da SEGA. Lançando um console anos depois da concorrente, o Super Nintendo vinha com uma qualidade gráfica superior ao da SEGA, mesmo sendo ambos 16 Bits. Além da exuberante diferença sonora dos consoles, em vista que o Super Nintendo tinha canais de audio tanto stereo quanto mono, o que já diferenciava da SEGA com seu mono de poucos canais. 

Eis que a guerra começa. 

A GUERRA DA ERA DE OURO


Eis que os consoles haviam sido terminados e lançados, os 16 bits começavam a trabalhar em fluxo quase que interminável. Diante das limitações, chegou a hora de ambas empresas arregaçarem as mangas, fazerem contratos, acertarem parcerias e fazerem suas mais obras primas para derrubar uma a outra.

A SEGA, que ficou pasma com tamanha superioridade da Nintendo, começou a perceber que teria que fazer games a próprio punho e desenvolver mais acessórios que superassem o insuperável Super Nintendo.

A Nintendo, boba nem nada, ao perceber que a SEGA já havia capinado todo o lote de vendas com o seu novo e monstro mascote Sonic, viu que tinha que fazer uma nova versão de seu maior sucesso, que é claro, é do Super Mario que estamos falando.

Eis que chega o momento chave: é lançado para ser vendido junto ao console, o game revolucionário para games de plataforma: O Super Mario World!


Comparo o lançamento do Super Mario World como uma EXPLOSÃO humana de vendas.

Foram mais de 20 milhões de cópias vendidas do game, um arraso pra época, um BOOOOM inacreditável que deixava a SEGA incrédula.

O Super Nintendo trouxe consigo games incríveis, e segue abaixo, os principais sucessos imperdíveis do console máximo dos games até hoje:

Super Mario World (20 milhões)
Super Mario All-Stars (10.5 milhões)
Donkey Kong Country (9 milhões)
Super Mario Kart (8 milhões)
Street Fighter II: The World Warrior (6.3 milhões)
Donkey Kong Country 2: Diddy's Kong Quest (4.37 milhões: 2.21 milhões no Japão, 2.16 milhões nos EUA)
The Legend of Zelda: A Link to the Past (4.61 milhões)
Super Mario World 2: Yoshi's Island (4.12)
Street Fighter II Turbo (4.10 milhões)
Donkey Kong Country 3: Dixie Kong's Double Trouble! (2.89 milhões: 1.77 milhões no Japão, 1.12 milhões nos EUA)
Star Fox (4 milhões)
Dragon Quest VI: Realms of Reverie (3.2 milhões no Japão)
Dragon Quest V: Bride of Heaven (2.8 milhões no Japão)13
Final Fantasy VI (2.55 milhões no Japão)
Final Fantasy V (2.45 milhões no Japão)
Super Mario All-Stars (2.12 milhões no Japão)
Chrono Trigger (2.05 milhões no Japão; 2.7 milhões enviados, podendo incluir a versão de DS)
Super Street Fighter II: The New Challengers (2 milhões)14
Secret of Mana (1.83 milhões enviados)13
Disney's Aladdin (1.75 milhões)14
Super Puyo Puyo (1.7 milhões no Japão)
Mortal Kombat II (1.51 milhões nos EUA)22
Romancing SaGa 2 (1.49 milhões enviados)13
Final Fight (1.48 milhões)
Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars (1.47 milhões no Japão)
Dragon Ball Z: Super Fighting Story (1.45 milhões no Japão)
Final Fantasy IV (1.44 milhões no Japão)
Dragon Warrior III (1.4 milhões no Japão)
Killer Instinct (1.33 milhões nos EUA)
Romancing SaGa (1.32 milhões enviados)
Romancing SaGa 3 (1.3 milhões no Japão)
The Lion King (1.27 milhões nos EUA)
Mortal Kombat 3 (1.22 milhões nos EUA)
NBA Jam (1.22 milhões nos EUA)
Disney's Magical Quest starring Mickey (1.21 milhões)
Derby Stallion III (1.2 milhões no Japão)
Dragon Warrior I & II (1.2 milhões no Japão)
Mega Man X (1.16 milhões)
Dragon Ball Z: Super Fighting Story II (1.15 milhões no Japão)
Derby Stallion '96 (1.1 milhões no Japão)
Kirby Super Star (1.1 milhões no Japão)
Super Ghouls 'n Ghosts (1.09 milhões)
Final Fight 2 (1.03 milhões)
Casper (1 milhão)

[Menções honrosas para Top Gear, International SuperStar Soccer Deluxe, e outros tantos sucessos.]

Já a SEGA, contando com seus aparatos e games, teve esses games como sucessos de venda:

Sonic the Hedgehog (19 milhões)
Sonic the Hedgehog 2 (6 milhões)
Aladdin (4 milhões)
NBA Jam (1.93 milhões nos EUA)
Mortal Kombat II (1.78 milhões nos EUA)
Street Fighter II: Special Champion Edition (1.65 milhões nos EUA)
Sonic & Knuckles (1.24 milhões nos EUA)
Mortal Kombat 3 (1.02 milhões nos EUA)
Sonic the Hedgehog 3 (1.02 milhões nos EUA)

Menções honrosas ainda para Altered Beast, Moonwalker, Super Mônaco GP e outros tantos.

SEGA DOES WHAT NINTENDON'T


A guerra das propagandas. A guerra era mais do que dentro dos consoles. Era fora também.

Tanto a Nintendo quando a SEGA faziam isso muito bem. Massacravam umas as outras, cutucavam umas as outras.

Mas o marketing GENIAL da SEGA não foi forte o suficiente para abater a Nintendo.

Nas vendas, a vitória da Nintendo foi surreal. 

49 milhões da Nintendo x 29 milhões da SEGA.

Por que a Nintendo venceu?

Um dos motivos vem que, enquanto outras empresas estavam se movendo para sistemas de 32 bits, Rare e Nintendo provaram que o Super NES ainda era um forte concorrente no mercado. Em 1994 foi o ano do auge do Super Nintendo, pois foi o ano com maior número de jogos lançado para o console e em novembro de 1994, a RARE com autorização da Nintendo lançou o revolucionário Donkey Kong Country, um jogo de plataforma com 3D modelos e texturas pré-renderizados em estações de trabalho SGI. Com seus gráficos detalhados, animação fluida e música de alta qualidade. Donkey Kong Country rivalizava com a qualidade estética dos jogos que estavam sendo liberados em consoles mais recentes baseadas em CD de 32 bits. Nos últimos 45 dias de 1994, o jogo vendeu 6,1 milhões de unidades (9 milhões até hoje), tornando o videogame mais vendido na história para essa data. Este jogo enviou uma mensagem que os primeiros sistemas de 32 bits tinham pouco a oferecer para o Super NES e ajudaram a dar uma sobrevida de mais 2 anos ao console e a abrir caminho para os consoles mais avançados no horizonte.

Além do número maior de games e de parcerias com grandes empresas, a Nintendo sabia muito bem como ganhar o público.

Por que a SEGA perdeu?

Motivos de 21837198237132 acessórios, falhas graves com o som e jogos não tão bons assim quanto da Nintendo.

Os acessórios da Sega são inumeros, inclusive, o primeiro simulador de movimento criado foi da Sega, o fracasso Activator.

Os acessórios da Sega também eram nativamente baseados em cartuchos, podiam ser expandido através do acessório Sega CD para aceitar jogos gravados em CD. Esse acessório acrescentava um co-processador auxiliar idêntico ao do próprio Mega Drive e permitia a exibição de vídeos. Outros acessórios também foram lançados. A Menacer era uma pistola de luz para jogos de tiro. O Activator permitia que o jogador usasse jogos de luta dando socos e chutes no ar, sem controles. 

XBAND era um modem que permitia jogar com outras pessoas conectadas em um serviço pago, além de mandar e-mails e acessar outros serviços online (no Brasil esses serviços incluíam correio eletrônico e acesso bancário).

Originalmente o Mega Drive foi lançado com um joystick com um botão direcional, três botões de ação e um de início de jogo. Por ocasião de lançamento do jogo Street Fighter II para o console um joystick com seis botões de ação foi lançado e se tornou rapidamente o padrão de mercado.

O Power Base Converter ou Sega Mega Adaptor permitia jogar cartuchos de Master System no Mega Drive. O acessório apresentava alguns problemas em revisões posteriores do console, já que o conector do cartucho ficava mais distante do topo do gabinete do console, fazendo com que o terminal de inserção do acessório não ficasse devidamente encaixado. O problema podia ser resolvido removendo o acessório do gabinete plástico, encaixando-o diretamente no Mega Drive.


QUEM TEM PRESSA: COME CRU. 

A SEGA perdeu muito dessa guerra graças as burradas apressadas em tentar superar a Nintendo. Enquanto isso, a Nintendo se preocupava mais em produzir essencialmente, fechando grandes parcerias.

Para uma melhor dinâmica e entendimento, anexo abaixo vários vídeos sobre o assunto da era dourada dos games:








Bom galera, tentei resumir ao máximo a história da era 16 bits.

Se fosse para falar de tudo, esse post seria maior que a bíblia.

Enfim, espero que tenham curtido!

O próximo Garimpando terá o tema de: Games de corrida 8 e 16 bits!

Abraço do gordo!